Há filmes que nos deixam assim. Sem fala.
Um dia trava conhecimento com o carismático e bem-disposto Presidente do Uganda, Idi Amin (que valeu o Óscar a Forrest Whitaker). Este fica encantado com a determinação do rapaz que, ao ver uma vaca em dor agonizante, resolve poupá-la ao seu sofrimento, e num movimento rápido tira a arma ao próprio presidente e alveja-a. Amin, confiante nos dotes do rapaz, faz-lhe uma proposta irrecusável: ser o seu médico particular.
No início, Garrigan está delirante com a vida de luxo e conforto que este estatuto lhe proporciona, as festas na piscina, as brincadeiras, as negras bonitas de pele macia, o Mercedes que Amin lhe oferece...Mas aos poucos vê-se envolto num meio de crime, loucura e corrupção, sendo testemunha e cúmplice das situações mais atrozes. Quando se apercebe que necessita de sair da vida de Amin o mais rapidamente possível, será talvez tarde demais...
O papel principal interpretado por Forrest Whitaker é um daqueles papéis por que um actor espera toda a vida. Os fantásticos trejeitos, o sotaque africano que nos faz mesmo acreditar que o actor não é americano de nascença, os tiques típicos de um louco ditador e um carisma inesgotável elevaram Whitaker (depois de mais de 20 anos de carreira - quem não se lembra dele, versão ainda magra e muito verde - no GOOOOOOOOOOOD morning Vietnam, fiel escudeiro de Robin Williams?) ao planetário das estrelas de Hollywood.
Um dos melhores filmes que vi até hoje. Muita tensão, muito suor, muito medo. O pior é que o filme retrata uma situação real.
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