menu-topo

Eu canto!

28.3.08

Em latim já se dizia " Qui bene cantat, bis orat"...ou "quem canta bem, reza duas vezes". Mas como não me interessa muito o sentido religioso, adopto o popular "quem canta seus males espanta", pois parece-me que somos a única língua com tamanha homenagem ao canto num simples ditado.
Canto desde pequena. Gostaria de dizer que começara ao nascer, que o meu choro e berros de decibéis insuportáveis já entoavam no Ré, que é o tom em que normalmente canto. Mas não quero exagerar. Quando passo no Hospital de Portimão (que agora foi transformado em SAP) os médicos e enfermeiros mais antigos não apontam e cochicham "olha ali vai aquela menina que nasceu a cantar". Não, nada disso.

Assim sendo, só posso falar dos factos e daquilo que me lembro eu. Tinha dois, três anos e já tagarelava e cantava. Lembro-me de que a minha ama colocava-me num quarto à parte para o soninho da tarde e não tinha de se preocupar com as canções de embalar, pois isso era cá comigo. Mas não...não cantava nada de "atirei-o-pau-ao-gato" ou o "ah-ah-ah-minha-machadinha". No máximo "o-meu-chapéu-tem-três-bicos" que era a minha preferida. Mas lembro-me de cantar Oceano do Djavan: "assim que o dia amanheceu lá no mar alto da paixão, dava pra ver o tempo ruir" e um pagode que o meu pai me costumava cantar "Ehh me amarrei nessa preta, e aí me amarrei nessa preta".

O acto de cantar acompanhou-me durante a infância e juventude...na escola primária diziam que havia de ser cantora no futuro, no ciclo e no liceu divertia-me indo aos karaokes e impressionando os colegas e amigos, mas depois na universidade esse talento foi empalidecendo e esmorecendo, reduzindo-se apenas a cantos no chuveiro e em casa, como terapia.

Sim, terapia. Recentes estudos afirmam que cantar - não importa se bem ou mal - traz muitos benefícios ao ser humano, pois a consciência da nossa própria voz ajuda a termos consciência da nossa personalidade.
"Cantar é a respiração estruturada", afirma a Dra. Gertraud Berka-Schmid, psicoterapeuta e professora na Universidade de Música e Artes de Viena, explicando o efeito fisiológico da respiração abdominal - a mais profunda -, que prevalece quando se canta e que se transforma em massagem para o intestino e em alívio para o coração.

Fiquei feliz por finalmente conseguirem teorizar algo em que eu acredito há tanto tempo. Cantar espanta tanto os meus males que quando me sinto sufocada com alguma coisa, fecho-me no quarto, coloco os instrumentais que tenho no meu pc e canto. Não até que a voz me doa, pois ela nunca dói. Pelo contrário, dá-me mais força, alento, saúde, animação, auto-confiança e vontade de vencer.

Por isso é que este ano irei gravar o meu primeiro álbum. Para bem do meu coração.

Adenda - 18/03/11: passaram-se 3 anos e ainda não gravei. Mas antes dos 30 isto vai lá.

3 comentários:

  1. Tu cantas... e bem!
    Cantas e encantas. Sabes (já te disse) que me impressionas quando cantas. Não sei se é pela voz fabulosa, se pela escolha de letras de qualidade, se pela harmonia que percebo em ti quando cantas... mas impressionas. E impressionas todos os dias, sempre que te ouço cantar(tu estás na minha play list eheheeh)...
    Sempre te disse (e posso dizer todos os dias) que és uma estrelinha. Neste momento, acredito que subas de estatuto e passes de estrelinha a super estrela.

    ResponderEliminar
  2. HOLDING ON TO YOU

    I left the east side for a west coast beauty
    A girl who burned my thoughts like kisses
    She was down by street decree
    She swore she'd pull my best years out of me
    Fat painted lips on a live wire beauty
    A tangerine girl with tambourine eyes
    Her face was my favourite magazine
    Her body was my favourite book to read

    They say that all poets must have an unrequited love
    As all lovers must have thought provoking fears
    But holding on to you means letting go on pain
    Means letting go of tears
    Means letting go of rain
    Means letting go of what's not real
    Holding on to you

    I left the rough side for a seaside baby
    A chamomile smile that pouts on cue
    For every moment I breathe her sigh
    Her bosom contains my sweet alibi
    In an emotional mist she breathes in fog
    And breathes it out as garden flowers
    Why me of all the tough talking boys?
    I guess she heard my heartbeat through the noise

    They say that all poets must have an unrequited love
    As all lovers must have thought provoking fears
    But holding on to you means letting go of pain
    Means letting go of tears
    Means letting go of the rain
    Holding on to you
    Means letting sorrows heal
    Means letting go of what's not real
    Holding on to you
    Yeah!

    (I hear some people say) that all poets must have an unrequited love
    As all lovers I'm sure must have thought provoking fears
    But holding on to you means letting sorrows heal
    Means letting go of what's not real
    Holding on to you

    But holding on to you means letting go of pain
    Means letting go of tears
    Means letting go of rain
    Means letting sorrows heal
    It means letting go


    ;) com uma l�grima no olho... ou v�rias... As saudades sao mais que muitas...

    tens aqui uma leitora assidua! Gosto de saber de ti!!

    ResponderEliminar
  3. Olha, tenho aqui uma colega cantora. :D
    Também eu canto já há alguns anos, basicamente o nosso género bem português conhecido pelo fado. Mas claro que me enquadro noutros géneros também.
    Pelo que vejo estás em Itália, regularmente. Talvez lá seja mais fácil singrar no mundo da música, porque por cá, em Portugal é extremamente difícil.
    Deixo-te imensas felicidades para a gravação.
    Beijocas.

    ResponderEliminar

AddThis