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A mulher e o (des)amor

10.2.09


Gosto dela. É genuína nas entrevistas, diz "fuck" e ri às gargalhadas. Escolhe bons papéis e não faz filmes pipoca (pronto, o "The Holiday" é um bocadinho pipoca, mas qualquer mulher que se preze gosta de ver o Jude Law no ecrã). Foi nomeada 6 vezes para o Óscar (record para uma actriz da sua idade) e é aclamadíssima pela crítica.
Ainda assim...esperava melhor deste filme. Pareceu-me um tanto previsível, à excepção da cena final que é uma das mais brilhantes que vi nos últimos tempos.

Através de Hollywood todos sabemos mais ou menos como funcionavam as coisas nos anos 50 (O Sorriso de Mona Lisa, Mulheres Perfeitas, etc). Todos mostram que os problemas que existem agora entre os casais, também existiam há 50 anos atrás. A única diferença é que agora temos mais liberdade para prosseguir com um divórcio quando se está infeliz. E dantes as mulheres carregavam a sua cruz até ao final que o destino lhes reservara.

Eu tinha cerca de 16 anos quando me apercebi que na minha cidade de Portimão a taxa de suicídios estava a aumentar. Um facto estranho era quem escolhia (não sei se este será o verbo melhor) colocar termo à própria vida eram sempre homens. E os homens em questão matavam-se sempre pelo mesmo motivo: (des)amor.

Lembro-me que era mais crescida quando conversava com o meu pai e lhe dizia que nós mulheres somos mais fortes: sofremos sim e muito por amor, mas não nos matamos por um homem. Ele respondeu-me algo que ainda hoje ecoa em mim: "Está no vosso ADN sofrer por amor. É uma herança que tem vindo a ser transmitida ao longo dos tempos. Como estão habituadas a sofrer pelos homens desde sempre, aprendem a viver com isso."
Polémicas à parte, compreendo o que ele quer dizer. Somos resilientes. E por isso tenho prazer em ser mulher e caminho de cabeça erguida.

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