menu-topo

Primeiro amor

26.4.09

Não me refiro ao primeiro namorado, à primeira pessoa a quem nos entregámos fisicamente, à primeira pessoa que beijámos...
Refiro-me à primeira pessoa que fez o nosso coração bater mais rapidamente, que nos fez corar ao falar connosco, que os nossos pais diziam "vocês os dois ainda vão casar".

Eu tive uma pessoa assim na minha vida por volta dos 12 anos. O D. era um rapazinho bonito e tímido que eu via só nas férias. Foi o meu primeiro amor, sem sombra de dúvidas.
Morávamos longe (eu no Algarve e ele em Almada) e eu ansiava por cada período de férias para poder ir ter com os meus avós, que moravam no mesmo prédio do D.
Foi assim durante uns dois ou três anos. Eu sempre senti um amor desmesurado por ele: escrevia-lhe cartas, telefonava para a casa da família dele no Natal e ia tocar à campainha dele e fugia...enfim, coisas inocentes. Nunca falámos sobre os nossos sentimentos. Éramos crianças, o que podíamos pretender aos 12 ou 13 anos de idade? Fiquei sempre a pensar que era uma coisa unilateral, tudo da minha parte, visto que ele nunca me procurou nem nunca se manifestou.

Com o passar do tempo o sentimento diluiu-se e eu aceitei naturalmente que o destino havia criado caminhos diferentes para ambos.
Ficámos 12 anos sem nos vermos e há poucos dias, "encontrei-o" no Hi5. Vi as fotografias dele, o mesmo rosto, a mesmíssima pessoa, mas agora em versão "grande"...vi também a mulher e o filho de ambos.

Escrevi-lhe e ele respondeu-me. E eu voltei a escrever e ele voltou a responder. Volvidos 12 anos fiquei a saber que afinal não era um sentimento unilateral, que também ele gostava de mim. Lamentou o facto de sermos crianças na altura mas que a vida é mesmo assim: dançamos ao ritmo que ela marca.
Fiquei tremendamente emocionada quando me disse estas coisas, pude sentir um verdadeiro conforto da alma.

Combinámos encontrar-nos daqui a duas semanas quando eu for a Portugal. Algum conselho?

9 comentários:

  1. abbraccialo come si abbracciano i due bambini della foto...

    ResponderEliminar
  2. God is a DJ, life is a dancefloor, love is the rythm, you are the music :D

    http://icanread.tumblr.com/post/100365951/via-littlemiss

    ResponderEliminar
  3. Juízo :D
    Tou a brincar, ah! O meu primeiro amor chamava-se Miguel, eu tinha 13 anos e ele 14.Eramos muito amigos, mas ele não me ligava pevas como rapariga. Gostei dele dos 13 aos 16, e tal como vocês trocavamos cartas e eu tentava ir às festas de Salto em Trás-os-Montes. Qdo eu tinha 19 anos, depois do primeiro ano da faculdade (andamos na mesma escola até ao 12°) encontramo-nos no verão em Braga juntamente com uma amiga brasileira comum que achava que nós tinhamos de ficar juntos e sempre me enterrou à brava. Ele confessou que gostou de mim qdo eu tinha uns 15 ou 16, mas como na altura não me "atirei" nem percebi os sinais dele, que pronto, tinha deixado de lado. Mas agora estava pronto a recomeçar! Com a minha soberba daquela idade e com o ego lá em cima respondi: agora não q estamos mto longe e não acredito em relações à distância!Qdo acabaramos a faculdade e voltarmos pra Braga, se estivermos sozinhos,tentamos, boa?
    Eu nunca voltei a viver em Braga e o meu Miguel faleceu num acidente de automóvel com 21 anos. Nunca mais adiei uma paixão.
    As coisas de que tu me fazes lembrar pa!
    O meu conselho é que fiques amiga do casal e que aproveites pra recuperar o que de melhor temos: os amigos! Beijinhos, boa sorte :)

    ResponderEliminar
  4. Adorei esta história da vida real...porque me revi nas tuas palavras e sentimentos. Bom encontro!

    ResponderEliminar
  5. Os Almadenses são assim.. marcantes :) Eu acho que deviam ir dar uma volta no novo metro de superfície de Almada enquanto conversam e relembram as vossas infâncias :)

    ResponderEliminar
  6. Assim se prova que a vida real é bem mais "caprichosa" que a ficção...

    Conselhos ? Para quê ?
    Para seguir a lógica, ser racional ?

    Não somos nós que escolhemos a música. É a vida. Nós só a dançamos...


    Uma boa semana...

    ResponderEliminar
  7. Andorinha, foi emocionante o teu comentário. Obrigada. Vou,sim, ter juízo.

    Bê muito obrigada pela visita, sê bem-vinda e ainda bem que falamos a mesma língua:)

    Sano, vocês almadenses são sim inesquecíveis. Obrigada pela dica, não sabia que Almada agora tinha metro de superfície. :)

    Entremares, obrigada pelas sábias palavras e pelas visitas dos últimos tempos. Um abraço!

    ResponderEliminar
  8. Também o meu primeiro amor foi aos doze anos, por um colega de turma a quem nunca confessei os meus sentimentos, mas passando pela vergonha de toda a gente saber, inclusivamente ele próprio. Nunca me ligou nenhuma e até me distratava de vez em quando, mas aquilo ainda durou até começar o secundário, mudar de escola e esquecê-lo de vez. Anos mais tarde voltei a encontrá-lo e, pasme-se, agora, numa daquelas saídas nocturnas regadas a álcool, já lhe despertava algum interesse. Limitei-me a rir, satisfeita e fui-me embora. Até hoje. Por isso, espero que o teu encontro seja melhor que o meu.

    ResponderEliminar
  9. O meu primeiro amor foi o Samuel. Começou aos 3 anos e terminou aos 11. Namorámos esse tempo todo, mas com mais seriedade a partir do momento em que aprendemos a escrever.

    A primeira coisa completa que ele escreveu sem copiar foi "Gosto de ti. Queres namorar comigo?". Por baixo estavam dois quadradinhos que diziam "sim" e "não". Eu acrescentava um "talvez" e colocava lá a cruz. Era no recreio que a coisa se dava.

    Era assim quase todos os dias. Ele pedia-me em namoro quase todos os dias. Quando não pedia era porque estava magoado comigo, porque me tinha visto a conversar com o Nuno.

    Depois fomos para escolas diferentes (eu para a D.Dinis e ele para a Correia Mateus) e nunca mais nos vimos ou falámos. Ele era incrivelmente tímido comigo e eu era uma betinha.

    Até que o abençoado hi5 nos juntou de novo. Continua lindo de morrer. Continuamos os dois tão diferentes!

    Mas passado esse tempo, pude finalmente dizer-lhe que gostava mesmo muito dele e ouvi-lo dizer: "Lembro-me de que adorava a Segunda-Feira. Ia ansioso para a escola, porque sabia que te ia ver."

    Ainda hoje somos especiais um para o outro. Temos muitas memórias em comum. Juntos descobrimos tantas coisas novas, intensas e especiais. É uma ligação que fica.

    Bom reencontro!

    ResponderEliminar

AddThis