Não cumpri o que a Andorinha me aconselhou: "nunca voltes ao sítio onde foste feliz". Não porque não quisesse ou não concordasse, mas porque tive de voltar para o casamento de uma amiga italiana muito especial - o primeiro casamento de amigos a que vou na minha vida.
Depois de ter deixado Milão há sensivelmente um mês, ontem regressei.
Já no aeroporto, todos me faziam perguntas sobre a cidade e pediam-me direcções, às quais eu respondia prontamente e sem hesitação. Senti que morava ainda ali. Que é como nunca tivesse partido.
A minha antiga senhoria deixou-me ficar no apartamento onde vivi nos últimos 2 anos. Regressei ao meu quarto, agora vazio, de objectos e de qualquer vestígio de alma e não posso descrever a estranheza que senti. Mas dormi...em paz.
A coisa mais interessante de todas é que tinha sempre receio - e foi um dos motivos que me fez decidir vir embora - que ficando em Milão, ficaria presa às memórias de uma relação falhada e de uma pessoa que durante grande parte do tempo foi a minha principal referência nesta cidade. Ontem percebi que não.
Sentada no shuttle com direcção a Milão, só me lembrava das coisas boas que aquela cidade me ofereceu: os panzerotti do Luini, andar de bicicleta no Parco Sempione, as noitadas na La Banque, jantares às 4 da manhã de pasta al forno com os amigos, ainda atordoados pelo gin e pelas horas passadas a dançar, da cioccolata calda al peperoncino do Choco Cult, das noites fabulosas no Blue Note, as centenas de saídas com os colegas de trabalho, as imitações dos colegas, as amizades grandes com a Andreia, Hugo, Alessandra, Renée, e os amigos de one-night-stand, das noites de verão no terraço do Hotel Cavalieri em Missori, de entrar no E-Dreams e pensar "então, para onde é que vou viajar no próximo fim-de-semana", das aulas de Português com o Michele na Mondadori do Duomo, das noitadas com a Holly a beber vinho e a rir como perdidas e a reproduzir - fielmente - cenas de Friends...lembrei-me destas coisas. E aí percebi: os melhores momentos que passei nesta cidade, não estão em nenhum momento relacionados com ele. Milão tem uma memória própria, uma vida própria. Gosto desta cidade e vou regressar sempre que puder, visto que não sou uma turista. Sou da casa.
Depois de ter deixado Milão há sensivelmente um mês, ontem regressei.
Já no aeroporto, todos me faziam perguntas sobre a cidade e pediam-me direcções, às quais eu respondia prontamente e sem hesitação. Senti que morava ainda ali. Que é como nunca tivesse partido.
A minha antiga senhoria deixou-me ficar no apartamento onde vivi nos últimos 2 anos. Regressei ao meu quarto, agora vazio, de objectos e de qualquer vestígio de alma e não posso descrever a estranheza que senti. Mas dormi...em paz.
A coisa mais interessante de todas é que tinha sempre receio - e foi um dos motivos que me fez decidir vir embora - que ficando em Milão, ficaria presa às memórias de uma relação falhada e de uma pessoa que durante grande parte do tempo foi a minha principal referência nesta cidade. Ontem percebi que não.
Sentada no shuttle com direcção a Milão, só me lembrava das coisas boas que aquela cidade me ofereceu: os panzerotti do Luini, andar de bicicleta no Parco Sempione, as noitadas na La Banque, jantares às 4 da manhã de pasta al forno com os amigos, ainda atordoados pelo gin e pelas horas passadas a dançar, da cioccolata calda al peperoncino do Choco Cult, das noites fabulosas no Blue Note, as centenas de saídas com os colegas de trabalho, as imitações dos colegas, as amizades grandes com a Andreia, Hugo, Alessandra, Renée, e os amigos de one-night-stand, das noites de verão no terraço do Hotel Cavalieri em Missori, de entrar no E-Dreams e pensar "então, para onde é que vou viajar no próximo fim-de-semana", das aulas de Português com o Michele na Mondadori do Duomo, das noitadas com a Holly a beber vinho e a rir como perdidas e a reproduzir - fielmente - cenas de Friends...lembrei-me destas coisas. E aí percebi: os melhores momentos que passei nesta cidade, não estão em nenhum momento relacionados com ele. Milão tem uma memória própria, uma vida própria. Gosto desta cidade e vou regressar sempre que puder, visto que não sou uma turista. Sou da casa.
Fiz um sorriso enorme a ler o texto.
ResponderEliminarUm beijo
não posso comentar... tenho uma tatuagem que diz MILANO
ResponderEliminaramo a minha cidade!
obrigada
p.s. tinha-te dito que ias amar milão!
Coisa linda, a frase é pra ser levada também no sentido figurado: não estejas sempre a tentar voltar ao passado. O mais importante é que qdo voltaste a milão, voltaste a recordações mais recentes, coisas que te fazem feliz. E quando eu digo frases como essa (e as sinto, acredita que as sinto), é pra não sonhares que nada se altera e tudo permanece imutável como quando aí vivias. Agora ainda é cedo :) Só foste há um mês, ainda estás de "férias", enfim, agora é fácil. Não faças é tentativas de revivals, essas são excelentes qdo resultam e depois deixam-nos o coração cheioooo e partidinho logo a seguir em mil pedaços :)
ResponderEliminarTens toda a razão querida Andorinha...e eu compreendi o que quiseste dizer. Sei que compreendes bem este tipo de situações! :)
ResponderEliminarUm beijinho!!