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O Rui Sinel de Cordes é bom camarada

9.8.10

Sim, ele tem a cabeça - e o resto do corpo - a prémio. 
Justifica-se?


No ano passado, enquanto lia o blog da querida Kitty Fane, deparei pela primeira vez este nome sonante: Rui Sinel de Cordes. O texto escrito sobre ele não era propriamente bonito, mas a curiosidade sobre o tipo de humor polémico do jovem foi mais forte do que eu...e lá me lancei nas pesquisas por essa Internet fora. A primeira coisa que encontrei no Google foi o texto muito bem escrito no blog Coisas Simples, que só por si deveria ter-me desmotivado e ficado a odiar automaticamente o humorista. Mas como nunca fui de me guiar pela cabeça dos outros, fui directamente à fonte. Adicionei-o ao Facebook e conversei com o rapaz sobre o estilo de humor que tão controverso se revelou. 

O Sinel fez alguns programas na Sic Radical (Preto no Branco e, mais recentemente, Gente da Minha Terra) e encontrou um nicho de mercado muito particular: o humor negro, ou como ele gosta de dizer, "ofensivo". Mas não passa exactamente disso: humor. Há quem ache piada ao que ele disse sobre o musgo de entre as pernas da Eunice Muñoz, sobre as crianças baixas e amarelas do IPO ou sobre os pretos da Amadora que só podem ser traficantes ou rappers. E há quem não ache. A questão é tão simples quanto isto. O Rick Gervais faz coisas parecidas e é um dos melhores humoristas do mundo.

Um ano mais tarde, ou seja, há umas semanas, o jovem Rui Sinel de Cordes entrou em contacto comigo, perguntando-me se gostaria de ser entrevistada para um novo programa que vai sair em Setembro: Gente da Minha Terra - Europa. O Sinel está em digressão por esta Europa fora à procura de portugueses que estejam a morar no estrangeiro e que queiram contar, num tom engraçado, a sua experiência de emigrantes. Contei-lhe que ia e vinha frequentemente de Itália, depois de lá ter vivido 3 anos, e fui considerada a pessoa ideal para a entrevista. As duas semanas que antecederam o nosso encontro foram de verdadeiro terror, com medo de eventuais perguntas embaraçosas, com a pressão de ter de ser engraçada porque afinal de contas é um programa humorístico, com o medo de a câmara engordar 10 quilos e eu parecer uma baleia. Mas...o dia do nosso encontro revelou-se uma bela surpresa. E divertimo-nos à grande.

Na quinta-feira passada encontrámo-nos em Milão e mostrei-lhe a cidade com os meus olhos. Apresentei-o aos meus amigos, levei-o a jantar e ele pagou-me copos. Foi uma noite de óptimo astral: acreditem, um humorista que nos diz "Divertes-me, Rafaela" é a mesma coisa de a Jennifer Lopez me vir dizer: "Tens um rabo maravilhoso". A entrevista ficou boa, a peça sobre a cidade de Milão também, e tenho a sensação que dali poderá nascer uma amizade, quase arriscaria.

Em Setembro, espreitem na Sic Radical para ver o Gente da Minha Terra - Europa. E um conselho: mente aberta. Ter sentido de humor é não fazer associações com os nossos credos e com o nosso background. Ter de humor é ser livre o suficiente para sair da nossa pele, da nossa vida, do nosso corpo e...rir. Como as crianças.


Nota: 
É, sem dúvida, um gajo com pinta e bem-disposto. Mas o que mais gosto nele e depois de tantas mensagens e e-mails trocados é a forma como escreve: ele não dá erros nenhuns. Quando o congratulei pelo facto de escrever tão bem, cada vez mais raro hoje em dia, ele respondeu-me simplesmente:
- Ainda sou do tempo em que a professora nos batia com uma régua de madeira se déssemos erros.
E, mais uma vez, fez-me rir. E sem câmaras por perto.

4 comentários:

  1. Eu também sou do tempo da régua...e que falta fazia hoje em dia!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Rafa, és uma querida.
    E as fotos ficaram óptimas!
    Keep in touch
    Beijinho

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  4. Pois, eu também já apareci num artigo de jornal sobre emigras, mas TV é muito mais à frente. (cheia de inveja, é o que é!)

    P.S. Acho que vi o rapaz hoje no shopping, mas também podia ser só alguém parecido.

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