Foi um par de sapatos a minha primeira grande lição sobre que tipo de gente era o brasileiro.
Cheguei ao Rio no dia 18 de Outubro de 2005. Fui fazer um estágio a dar aulas de inglês a alunos - crianças e adultos - numa escola de línguas na Tijuca.
Quando se ouve falar da Tijuca, todos sorriem com excitação a pensar nas telenovelas e em todo o glamour da Zona Sul carioca. Não: essa zona bonita chama-se "Barra da Tijuca", eu morava na Zona Norte, leia-se, zona pobre, onde se encontrava a Tijuca.
Durante aqueles meses não fui paga, mas fiquei hospedada na casa dos proprietários da escola, que me davam comida e roupa lavada, não tinha muito que me queixar. O meu pai mandava-me uns 200 euros por mês só para poder comprar as minhas coisinhas. E lá vivi eu assim durante 3 meses. Pode não parecer muito tempo, mas quando se trata de imersão total, quando só se conhecem brasileiros, quando não existe qualquer tipo de contacto com a terra natal - a internet ali era um luxo em 2005 - equivalem a um ano de experiência, garanto-vos. Além disso vivi sem nenhum luxo, só com risos, trabalho, calor e ritmo. Vivi muito bem.
Estava a dormir num quarto com a empregada do casal que me hospedou - no Brasil todos têm empregada, seja classe média ou baixa - e com uma prima deles.
A Rejane, essa prima, que era secretária na escola de línguas onde eu trabalhava, dois dias depois de eu ter chegado vem balançando o seu rabo como só os brasileiros sabem fazer, feliz da vida.
- Olha que sandálias lindas que eu comprei! Estive namorando a vitrina durante 3 semanas. Finalmente consegui comprá-las!
- Realmente Rejane, são lindas as tuas sandálias.
- Minhas não. Nossas.
Cheguei ao Rio no dia 18 de Outubro de 2005. Fui fazer um estágio a dar aulas de inglês a alunos - crianças e adultos - numa escola de línguas na Tijuca.
Quando se ouve falar da Tijuca, todos sorriem com excitação a pensar nas telenovelas e em todo o glamour da Zona Sul carioca. Não: essa zona bonita chama-se "Barra da Tijuca", eu morava na Zona Norte, leia-se, zona pobre, onde se encontrava a Tijuca.
Durante aqueles meses não fui paga, mas fiquei hospedada na casa dos proprietários da escola, que me davam comida e roupa lavada, não tinha muito que me queixar. O meu pai mandava-me uns 200 euros por mês só para poder comprar as minhas coisinhas. E lá vivi eu assim durante 3 meses. Pode não parecer muito tempo, mas quando se trata de imersão total, quando só se conhecem brasileiros, quando não existe qualquer tipo de contacto com a terra natal - a internet ali era um luxo em 2005 - equivalem a um ano de experiência, garanto-vos. Além disso vivi sem nenhum luxo, só com risos, trabalho, calor e ritmo. Vivi muito bem.
Estava a dormir num quarto com a empregada do casal que me hospedou - no Brasil todos têm empregada, seja classe média ou baixa - e com uma prima deles.
A Rejane, essa prima, que era secretária na escola de línguas onde eu trabalhava, dois dias depois de eu ter chegado vem balançando o seu rabo como só os brasileiros sabem fazer, feliz da vida.
- Olha que sandálias lindas que eu comprei! Estive namorando a vitrina durante 3 semanas. Finalmente consegui comprá-las!
- Realmente Rejane, são lindas as tuas sandálias.
- Minhas não. Nossas.
Vêm-me as lágrimas aos olhos quando me lembro da Rejane e da sua generosidade.
Que lindo! E eu sei de quem tem umas iguais em casa....
ResponderEliminarTenho uma grande amiga brasileira cujas palavras são sempre um bálsamo para mim. Gostei deste teu post, porque é uma pequena lição...
ResponderEliminarPs: não sei se já tinha comentado por aqui, mas a verdade é que gosto deste teu espaço e venho cá sempre que há post's fresquinhos ;)
ResponderEliminar:-))
ResponderEliminarBonita história.