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Notas soltas sobre a minha infância e a amizade

6.12.09


Não me recordo bem como era a minha vida social enquanto criança.
Sei que nunca tive vizinhos, pois morava numa casa térrea numa zona industrial em Portimão, onde só começaram a ser construídos prédios quando eu já era uma moça grandinha.
Nunca tive irmãos sequer, factor que aumentou a minha criatividade para inventar brincadeiras e conseguir divertir-me à mesma, como:

- jogar às raquetes contra a parede. Escrevia as pontuações num caderninho que mantinha naquela mesa de plástico branco encardido que estava no quintal. Havia sempre várias jogadoras: eu e mais umas 3 ou 4 nomes imaginários. Eram pontuações muito justas, pois nem sempre eu ganhava. Às vezes ganhava a Sílvia. Uma vez lembro-me também ganhou a Sofia, que consoante a minha ideia mental, era um zero à esquerda no desporto;

- jogar ao Sabichão e Monopólio, inventando também jogadores (e também as regras, já que para uma criança de 7 anos compreender o Monopólio parece-me complicado);

- jogar à macaca. Algo que, acrescido aos anos a jogar futebol, fortaleceu as minhas pernas. Tinha óptima pontaria, é uma característica minha e acertava sempre a pedra no quadrado certo, portanto eu ganhava sempre.

E assim foi a minha infância, sem grandes companhias, mas relativamente feliz e saudável, aliada aos esforços hercúleos do meu pai para que eu não tivesse características de "filha única", ou seja, poucos mimos, poucas prendas, não me dar tudo aquilo que eu queria ou pedia.

Fui-me tornando a cada ano que passou uma pessoa menos introvertida, mais aberta e alegre, característica esta que teve seu auge nos tempos de universidade. Tenho muita facilidade em criar empatia e fazer amigos e esta forma de estar já me trouxe grandes benefícios a todos os níveis: burocráticos, financeiros, amorosos, e claro, sociais.

Amanhã conto-vos como foi a primeira (e única) vez em que tive um caso de "amizade à primeira vista", como se de uma paixão avassaladora se tratasse.

3 comentários:

  1. :) Partilho um bocadinho as tuas estórias de infância! lol
    Eu jogava voleibol contra a parede mais alta da minha casa e fazia sempre parte de uma equipa muito unida e que raramente perdia mas ganhava sempre no ultimo minuto! ehehhe
    Mas sabes... eu tive um cão... :)brincamos tanto! Corriamos atras das carochas voadoras... eu apanhava-as e ele comia-as!! Eheh a amizade perfeita!!

    Foi uma infancia feliz ;)

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  2. Que engraçado, também sou filha única (mas sem mimos estragadores!), jogava à raquete contra à parede e entretinha-me a tentar inventar regras para o Sabichão e também "desabrochei" ali por alturas do final do secundário/entrada na faculdade.
    Infelizmente, nunca tive boa pontaria. Mas adorava andar de bicicleta (embora tenha aprendido muito tarde, aos 12, quando todos os fedelhos da minha rua já faziam cavalinhos)

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