Nunca fui de escrever cartas a pessoas de uma outra dimensão. Refiro-me a cantores, jogadores de futebol ou actores. Bem, uma vez quando tinha acabado de aprender a escrever, tinha enviado uma carta ao Pai Natal. Mas como era uma criança independente já naqueles tempos, não dei aos meus pais. Que jeito, aquela conversa era entre mim e o Pai Natal, ora essa! Então lá coloquei o pedaço de papel arrancado da sebenta A5 dentro de um envelope, escrevi "Para: Pai Natal" e meti no marco do correio numa esquina da Rua D. Carlos I em Portimão. Mesmo ali à frente da Casa dos Pescadores, estão a ver? Pois, já sabia escrever mas não fazia ideia que existiam moradas e que as cartas precisavam de selos, por isso agora acredito que devo ter animado a tarde de algum carteiro, responsável pela recolha ali da zona.
Como dizia...nunca mandei cartas a pessoas que não conhecia pessoalmente. Sempre achei uma fantochada. Ora querem-me cá dizer que se tivesse mandado uma carta à Whitney Houston, quando eu gostava dela e tentava imitá-la na extensão das cinco escalas, ela ter-me-ia respondido? Nem pensar, sei muito bem que aquelas cartas ficariam perdidas num sítio qualquer. O meu pai sempre me ajudou a colocar os pés na terra em relação aos famosos. Diziam que eles eram todos maricas, assim não criava paixões platónicas à toa. O George Michael foi tiro em cheio, mas em relação ao Gary Barlow e ao Michael Bolton parece que lhe falhou o gaydar.
Ora, isto tudo a propósito de uma notícia que li hoje. Estava eu a almoçar e a ler o Jornal I quando deparo com a notícia que o Sr. Presidente Obama recebe milhares de cartas por dia, mas que responde a cerca de 15 cartas por semana. Comoveu-me ao ponto de ter uma lágrima a querer saltar - a sério Rafaela, sinceramente, choras a ler o jornal?? - a história de uma jovem que lhe escreveu a contar as agruras da sua vida, numa carta de três páginas.
Obama respondeu o seguinte:
Jennifer,
Thanks for the very kind and inspiring letter.
I know times are tough, but knowing there are folks out there like you and your husband give me confidence that things will keep getting better!
Se o Presidente dos Estados Unidos, que para além de ter milhares de republicanos chatos à perna, ter uma família para cuidar, os jogos de basquetebol para manter a forma e ainda um país para governar, arranja tempo para responder às cartas dos seus concidadãos, então há esperança no mundo.
...
Vou mandar hoje uma carta para o Gary Barlow, só para lhe dizer que ele foi muito importante na minha adolescência...e que sempre achei que ele era mais talentoso que o Robbie Williams.
Acredito naquele homem, acredito. Precisávamos de um Obama cá em Portugal tb.
ResponderEliminarBeijinho*