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18.6.10
Quando li o Ensaio sobre a Cegueira pela primeira vez, alguma coisa aconteceu dentro de mim. Um misto de incómodo por aquilo que tinha lido, um misto de orgulho de ter uma obra daquele portento nas mãos e uma sensação de tranquilidade por ter na minha cultura, no meu país, um escritor deste gabarito.
Sei que hoje pelo menos 6 pessoas - as pessoas a quem obriguei a ler o livro - estão a pensar em mim. Porque fui eu que lhes abri a porta para o mundo saramaguiano.
Invadiu-me uma profunda onda de tristeza mas de indignação também. Porque ele nunca foi reconhecido no seu país em vida. Porque todos os que dizem "não gosto de Saramago" nunca leram uma página por ele escrita. Porque a Fnac e Bertrand irão fazer promoções de toda a bibliografia a 5 euros cada livro. E porque os idiotas que o desprezaram em vida, irão comprá-los para colocar na prateleira empoeirada lá de casa.

Não falem comigo. Quero chorar.

6 comentários:

  1. Concordo plenamente contigo, Rafa. Quem o critica, muitas vezes, é por questões políticas ou, então, "ah e tal não vou à bola com a cara do senhor"! Mas nunca e nunca leram uma linha do que o senhor escreveu. Do melhor que já li até hoje e, apesar do que possam opinar sobre o senhor, das pessoas mais simples e humildes que já pude conhecer, algures em Leiria, ESTG, há já muitos anos.

    Enfim, como dizes, anda aqui um nó na garganta, e, infelizmente, entretanto começam todas e mais algumas hipocrisias de todos o quanto o criticaram e desprezaram.

    Dos poucos escritores portugueses reconhecido com mérito em vida, ao menos isso!

    RIP Saramago...

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  2. Não era fã da pessoa e das suas opiniões. No entanto, li o Evangelho quando tinha 16 anos e ficou, para sempre, como um dos meus livros favoritos. Arrebataram-me o Memorial e o Todos os Nomes. É uma perda, uma grande perda.

    PS: quando o Saramago ganhou o Nobel, ganhei um prémio no DN Jovem com um texto sobre ele.

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  3. Não concordava com quase nenhuma das suas opiniões, mas adorava a sua obra. Levantado do Chão, História do Cerco a Lisboa, Evangelho segundo Jesus Cristo e, sobretudo, Ensaio sobre a Cegueira estão no TOP dos meus livros preferidos.

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  4. Quase me esquecia do Ano da Morte de Ricardo Reis, também ele no meu núcleo de livros favoritos. Só um génio escreve uma coisa daquelas.

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  5. Sem dúvida, O Ano da Morte de Ricardo Reis é uma obra notável, só mesmo saída de uma mente de génio como a da José Saramago! Dos melhores livros que já li até hoje! Enfim, toda a obra de Saramago é notável e um legado único!!!!!!!

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  6. Já li cada coisa por aí, que até fiquei arrepiada - no mau sentido. Enfim, se ao menos o tivessem lido.

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