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O Clive Owen intriga-me

11.10.10


Aconteceu com ele o mesmo fenómeno presente na carreira de outros actores como o Viggo Mortensen (com a trilogia de O Senhor dos Anéis), Hugh Jackman (X-Men), Steve Carell (Virgem aos 40) ou Patrick Dempsey (Grey's Anatomy): tornar-se um sex-symbol e ter reconhecimento público depois de alcançar os 40 anos. Fenómeno este que não acontece com as mulheres, infelizmente. As que são reconhecidas nessa idade normalmente têm já uma longa carreira às costas. Não se tornam famosas aos 40. No máximo, continuam famosas aos 40. Com os homens não. Eles tendem a melhorar e a apurar com a idade, pelo que os papéis de maior destaque surgem a partir dos 40.

Com o Clive Owen passou-se o mesmo. Depois de uma carreira discreta e praticamente invisível aos olhos do grande público, foi com Closer que se deu a conhecer ao mundo. Dividindo o ecrã com um perfeito Ken como o Jude Law, o Sr. Owen conseguiu a proeza de ser o actor que mais se destacou no filme arrecadando muitas nomeações e prémios como melhor actor secundário daquele ano. A partir de 2004, data do filme, a sua carreira e popularidade dispararam em flecha. Parece-me daqueles actores consensuais. Homens e mulheres gostam dele, provavelmente até pelos mesmos motivos. No entanto, nunca senti "química" com ele. Vi uns 10 filmes seus nos últimos anos (Closer, Children of Men, King Arthur, Derailed, etc), mas nunca me chamou particularmente a atenção. Reconheço obviamente o seu talento inegável, mas...não muito mais. Não aprecio o seu tipo de beleza, embora goste imenso da voz dele. Os timbres graves e profundos mexem muito comigo, pelo que acho que a voz do Clive Owen e do Philip Seymour Hoffman sejam as mais interessantes de toda a Hollywood.

Ontem fui ao cinema. Sozinha, como faço muitas vezes. Era uma hora pouco habitual: uma da tarde e, como suspeitava, tinha a sala quase toda para mim. Fui ver o novo filme dele: The Boys are Back. Histórias entre pais e filhos tocam-me sempre de forma especial. E este foi uma bela surpresa. É um filme triste, sim, mas com uma sensibilidade e candura extraordinárias. Em cada cena conseguimos ver o esforço do realizador em fugir aos clichés, à facilidade do romance e da lamechice. E este actor é tão bom que acreditei piamente em cada lágrima e em cada gargalhada dele.



Nota: 
The Boys are Back tem um título muito mal conseguido em português: Só eles!
Esta frase e este ponto de exclamação dão a entender que se trata de uma comédia e poderá eventualmente afastar várias pessoas da sala de cinema. O Clive Owen não tem perfil de actor de comédia; é demasiado intenso para filmes-pipoca.

4 comentários:

  1. Esse fenómeno ainda não aconteceu com as mulheres, porque querida, "NÓS" ainda não chegámos lá...mas estamos quase...estamos quase... :)
    Sobre o actor, admito que gosto e muito, a tal voz grave, e a serenidade no olhar, não sei transmite-me uma segurança sensual...hahaha...seja lá o que isso for. A verdade é que pouco me importa a fama de tais homens, eu sempre preferi homens "maduros", talvez por isso o meu namorado tenha uns míseros 54 aninhos ;)
    Engraçado ia vêr esse filme ontem..também sozinha..
    Kiss

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  2. Não aprecio homens mais maduros, mas venham mais como este. Expressões austeras, barba semeada à bad boy, olhos de cachorrinho perdido, para mim é uma mistura explosiva.

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  3. O Clive Owen é, sem dúvida, um homem muito bonito.

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  4. Concordo plenamente contigo nisso das vozes. Esses dois actores têm lugar cativo nos meus gostos muito à conta desse factor. Comecei hoje a ler o teu blog e apesar, de como é óbvio, não concordar com tudo o que dizes estou a gostar bastante da forma como transpões na escrita e na partilha o teu modo de ver a vida.

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