É estranhamente sufocante e aliviante quando se chega a um ponto da nossa vida em que decidimos deixar de ser nós próprios e ser aquilo que esperam de nós.
Resolvemos deixar de lado a espontaneidade, os actos não pensados e cuspidos directamente do coração, abdicar dos impulsos e renunciar a toda uma natureza, para abraçar então um novo EU que sabemos que vai agradar o outro. Um EU que não irá causar mais confrontos, questões, discussões ou gritos. Sim, porque os gritos cansam uma alma.
Não pode ser assim tão complicado deixar-nos levar pela corrente, não é? Começar a responder AMÉN a tudo o que nos dizem. Aprender a ouvir e calar, jamais questionar. Há gente que vive assim uma vida inteira; por que deverei eu agir diferentemente?
Assim sendo, conta comigo. Vou agir, sempre que me for possível, segundo os teus padrões. Mas perderás algo: o fogo, o profundo e tudo o que me é visceral fica reservado àqueles que me aceitam assim - a meio caminho entre a mediocridade e a perfeição.
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Trocas a oportunidade de reforçar/regar a tua semente no Mundo por "Começar a responder AMÉN a tudo o que nos dizem.", porquê?
ResponderEliminarA empatia passa por essa Rua?
Se conseguires cumprir essa "declaração solene" avisa, ok? Geralmente 2 dias é o suficiente para me esquecer e me saltar a tampa.
ResponderEliminarMas desejo-te toda a sorte e que os sapos sejam pequeninos.
:)
E tanto que se pode perder por vivermos assim...
ResponderEliminarBem-vinda ao mundo dos adultos. Cansa, mas não custa nada.
ResponderEliminarFantástico Blog, ponto Um.
ResponderEliminarPonto Dois,fantástico post.
Ao ler este texto no mural de uma amiga minha, senti o nó da minhálma transformar-se em novelo, em loja de linhas, em armazém de tecidos, em fábrica de roupa...
Custa, mais do que adoptar a postura do Amén, perceber que o fizemos, algures no caminho, sem sequer darmos conta.
E agora? Retroceder? Chocar os outros com o nosso verdadeiro eu? Como se faz isso?
Acredito que ainda não me rendi ao Amén final. Mas tenho medo, muito medo, de um dia, do nada, o meu Eu saltar cá para fora... E descobrir que afinal eu não era nada daquilo que me fizeram crer que era.
Obrigada pelas palavras.
Are you seriously?? Nem com a minha Mãe consigo tal proeza!! Juizinho cachopa, juizinho!
ResponderEliminaruhmmmm ai ai ai
ResponderEliminarTemos de falar seriamente. Nao concordo muito com esse teu novo EU, se for para ficar, deixarás de ser a Rafaela e isso é um caso muito grave...
A ver se falamos.
Beijinho grande
Ânimo!!!!
Obrigada a todos pelos comentários. Trata-se de um assunto tão pessoal, tão doloroso, que não consigo prolongar-me muito mais sobre o mesmo. Mas precisei de exorcizar o que sentia, daí ter escrito no blog, ainda que desta forma quase vaga.
ResponderEliminarMas sinto um ligeiro alívio por saber que há pessoas que se identificaram com isto.
Um beijinho especial à E. e um abraço a todos os que passaram por aqui a comentar.