Um dos temas que mais me
interessa, em que mais invisto tempo a pesquisar, a ler, é o equilíbrio entre vida e
trabalho, ou o já cunhado conceito “work-life balance”. Muito resumidamente,
sou péssima nisso. Péssima. Passo dias a fio, fins-de-semana incluídos (os
freelancers sabem que ter um fim-de-semana é um luxo a que, muitas vezes, não
nos podemos dar), a trabalhar, a dormir pouco, a dedicar pouco tempo a mimar-me
(cozinhar refeições saudáveis, fazer exercício, pintar as unhas, hidratar o
cabelo – algo que eu faço, tipo, uma vez por ano, e ai da minha cabeleireira
que ouça isto!) e à vida social. Deste estado de quase-afogamento, passo ao
estado de letargia total, em que fico dois dias parada, sem fazer absolutamente
nada, apenas a ver séries de televisão ou a ir jantar a restaurantes
simpáticos. E justifico este hedonismo como “eu mereço” ou “eu estava a
precisar”, deixando todos os meus projectos pessoais na to-do list que continua
a aumentar, semanalmente. Por isso eu vivo exclusivamente entre os picos de
trabalhos, que mal me deixam tempo e energia para respirar, e os momentos de
total far niente, mas que está longe
de ser dolce, porque tenho
sentimentos de culpa perante ele.
Uma das razões que me fez vir
para o Rio de Janeiro foi precisamente para dar a volta a esta questão. Eu
pensei que, estando numa cidade que tinha estado na minha cabeça e no meu
coração durante estes nove anos (desde que vivi cá por 3 meses em 2004), que me
sentiria inspirada a aproveitar melhor o meu tempo. A dedicar tempo para o
trabalho, não demasiado, mas o tempo suficiente para completar os meus
projectos e gerir a minha actividade profissional, e a aproveitar o tempo livre
para conhecer os meandros da cidade, para desenvolver relações com outras
pessoas, para me deixar envolver pela cidade. E chego a este momento, em que
faltam apenas dois meses para me ir embora, e começo a pensar que apenas vivi
(e eu sei, eu sei que já não é nada mau), mas que não aproveitei a sério.
A coisa boa é que, nestas coisas da vida, todos os dias são bons para começarmos um novo plano, para desenvolvermos uma
nova atitude e para tomarmos novas decisões. Acabei de tomar a minha: se prepare Rio, porque eu vou lhe usar.
Fico muito feliz por essa atitude!! ;) Sabes bem que adoro planos de vida ;) Tantos beijos
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