menu-topo

6 factos extremamente irrelevantes sobre a novela A ÚNICA MULHER

23.3.15




A nova novela da TVI, A Única Mulher, estreou há uma semana. É filmada entre Luanda e Lisboa e o tema principal, naturalmente, suscitou a minha curiosidade. Gostava muito de fazer um textinho simpático sobre as minhas coisas preferidas na novela, mas não conseguia encontrar um número decente para justificar um post. Também podia ter feito um texto altamente corrosivo sobre as coisas que mais detesto na novela, mas não quero ser banida de uma futura festa na TVI, por isso vamos a uma lista de factos variados, sim?


O elenco angolano é um PAVOR.

Lembram-se de ver o Paulo Pires, há quase uns 20 anos, a entrar na novela Salsa e Merengue, a contracenar com todos os actores brasileiros famosos e nós sentirmos uma pontinha de vergonha nacional porque, embora ele fosse um homem bonito, era muito mau actor e envergonhava-nos enquanto povo? Pois, é a mesma coisa que se passa nas cenas entre os actores angolanos e os portugueses. Os actores portugueses são os novos actores brasileiros. E os actores angolanos são os actores portugueses de há 30 anos.

Os angolanos já ameaçavam tomar conta da televisão portuguesa. Primeiro foi o Voo Directo, uma série sobre hospedeiras de voo e que que na imprensa prometia ser o Sexo e a Cidade português e cujo elenco angolano dava dó de se ver no pequeno ecrã. De tal forma que a série passava apenas às 3 da manhã, tendo como audiência específica as pessoas que regressam bêbedas de uma noite no Bairro Alto e que eram os únicos que conseguiam ver aquela série. Depois foi a Windeck. Não sei se vale muito a pena falar sobre esta novela. Não faço ideia qual é a história, mas era tudo extremamente MAU. Eu compreendo que a Micaela Reis, actriz seja na Windeck, seja no Voo Directo, é uma das mulheres mais bonitas e boazonas de sempre, mas por favor, alguém que lhe diga que ela não pode ser actriz. Não sei, ela que vá fazer outra coisa qualquer, tipo sorrir para fotografias, posar para marcas de lingerie, ser mãe, casar, whatever. Mas não pode ser actriz. 

E agora, temos A Única Mulher. Ora, Angola precisa urgentemente de actores. Isto porque o núcleo angolano é feito na sua maioria por actores não angolanos. E, ainda assim, são todos fraquinhos. Gostava de falar da representação medonha de cada um deles, mas não temos tempo. Basta-me dizer que a única pessoa de talento ali é o actor Ângelo Torres (o pai da protagonista, na personagem de Norberto Venâncio). E, guess what, ele é são tomense, nem sequer é angolano.
A Ana Sofia... pois, eu gostava de não ter de dizer isto, mas não me convence como actriz. É linda, tem estilo, é magra e alta, tudo o que queremos numa enfermeira rica, mas ainda não é actriz. Os textos não são bons, a história de amor com o rapaz não é verosímil. Sim, eu sei que é uma novela, mas podiam levar mais do que 2 minutos e um olhar para se apaixonarem perdidamente? É que isto é publicidade enganadora! Ninguém desmancha um noivado, entra em guerra com a família só por terem trocado um olhar com outra pessoa. Digo eu, but what do I know?

O tema da raça ainda é pertinente.

Na dramaturgia portuguesa, é a primeira vez que surge uma protagonista negra. Claro que a Ana Sofia é clarinha, mas é assumidamente africana: nada de cabelos alisados com químicos que fazem arder o couro cabeludo e que partem o cabelo, que é a tendência da maioria das mulheres negras em Portugal. E é a primeira que aborda sem grandes rodeios o preconceito puro e duro. A história da novela visa chamar a atenção para o linguajar do dia-a-dia (sim, chamar preto não é bonito!) e o racismo existente (seja do branco para o negro e ao contrário). Porque uma coisa é dizer "até tenho amigos que são", outra coisa é verem os vossos filhos ou filhas a namorarem com um negro ou uma negra. O caso aí muda sempre de figura. Vamos precisar de mais uns 100 anos para que as coisas mudem, mas lá havemos de chegar. Principalmente quando Portugal se tornar um país de mulatos, que é para lá que se caminha. O meu pai (negro) e a minha mãe (branca) já contribuíram um bocadinho para essa tendência. 

O carioca mais bonito do mundo não está na Globo, está nesta novela.

O melhor da novela é o Bruno Cabrerizo, o brasileiro dos olhos verdes e do sorriso mais lindo de que há memória. Vamos ter problemas, TVI. Eu preciso de ter uma vida, não posso andar a perder tempo a ver a vossa novela só por causa deste rapaz. Eu já o sigo no Instagram, por isso nem tudo está perdido. Vai dar jeito para me cruzar com ele "sem querer" em algum lado que apareça nas fotografias.

A Alexandra Lencastre. Não necessita de predicado. 

Ver a Alexandra Lencastre a chamar «preta», «macaca» e «escuridão» à Ana Sofia tem a sua piada. Acho-a, sempre achei, uma das melhores actrizes de Portugal e ela convence sempre no papel de má e de senhora rica e arrogante. Ainda por cima, é uma fofinha na vida real, o que torna tudo ainda mais interessante. Vê-la no papel de uma mulher preconceituosa e racista dá-me vontade de rir, especialmente porque ela tem ar de quem não se faz rogada perante uma pila africana.

O Matias Damásio está na banda sonora.

O Matias Damásio é o novo Paulo Flores. Sei que os portugueses que me lêem não percebem o que isto significa, mas asseguro-vos que isto são boas notícias. Ele canta este semba fantástico e é um dos melhores músicos angolanos dos últimos 30 anos.

A hipótese de ver o Graciano Dias enquanto actor secundário antes que seja tarde demais.

O actor Graciano Dias, que desempenha o papel de Diogo, empresário e futuro genro do sempre competente José Wallenstein, é um dos melhores da novela. O Diogo é mau, manipulador e racista, mas convence-me. Não me refiro aos abdominais do rapaz (são lindos), mas ao talento. E há bem pouco tempo foi o protagonista de Os Maias, por isso já sabemos que é um moço versátil. Ou muito me engano, ou este tipo vai ser o próximo grande actor português.


E vocês? O que estão a achar da novela?

(Sim, eu sou a miúda que viaja pelo mundo e que perde tempo a escrever sobre uma telenovela. Mas não contem nada a ninguém. Desmentirei tudo.)


14 comentários:

  1. Eu via o Windeck! Aquilo era tão mau que dava a volta.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pá, só vi uma ou duas vezes porque almoçava num restaurante que tinha aquilo sempre ligado. Mas tu conseguiste fidelizar-te? Como?

      Eliminar
    2. Pausa a seguir ao almoço, sagrado. Eu fartava-me de rir com aquilo. Agora vejo os Nossos Dias...

      Eliminar
  2. Olha, concordo, a Micaela Pereira é péssima, e o elenco angolano fraquiiiiiiiinho, fraquinho. E eu acho os argumentos das telenovelas da TVI também mto fraquiiiiiiiiinhos, fraquiiiiiiinhos. É sempre a mesma coisa, ou menina que quer menino rico, ou menino rico, que quer menina rica e papai não deixa, ou há o vilão que quer a empresa dos outros, ou alguém que está a morrer, de preferência uma criancinha, a sério, arranjem assunto.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bolas, temos de virar argumentistas. Dá para ganhar uns 600 euros por episódio, sabias?

      Eliminar
    2. no way!!! Uma telenovela enche sempre chouriços durante 150 episódios, faz as contas!
      Arranja-me o contacto que eu candidato-me contigo.
      Mas deixa que os argumentos brasileiros também andam pelas ruas da amargura, deve ter ido tudo escrever o big bang theory.

      Eliminar
  3. Posso dizer que não acho o José Wallenstein nada competente, nem versátil, nem nada que se pareça com ser um bom actor. Acho-o um fastio!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sabes o que é? Ele tem cara de mau, então convence-me sempre nesse papel. Não me lembro de o ver a fazer de tipo simples, bonacheirão e de bom humor, então para mim é excelente no papel de mau, porque eu tenho medo dele.

      Eliminar
    2. ele fazia de boa pessoa no Anjo Meu, por acaso a última novela da TVI que vi antes de (quase) me viciar nesta

      Eliminar
  4. Também podes ver o Bruno nas lides da dança, no programa de Domingo à noite, na TVI ;)

    ResponderEliminar
  5. Eu ontem comentei, mas não apareceu:(.
    Eu vi o primeiro episódio porque vivi dois anos em Luanda e estava curiosa...mas mesmo com curiosidade...é uma novela, não tenho paciência.
    Por isso,concordo ali com aquelas ultimas palavras:tanta coisa fantástica por esse mundo fora , uma saga extraordinária...e sai um post da novela...?!? Vá lá, mais posts da saga, por favor!!!!

    ResponderEliminar
  6. Ahah
    Eu também adooooro a novela e concordo exatamente com tudo o que escreveste :)
    A coisa engraçada: o elenco angolano é mesmo muito mau, mas a novela é muito boa.

    Beijinho*

    ResponderEliminar
  7. Lolol concordo com vários pontos! 1. A Pilar é hilariante. Farto me de rir com ela e não consigo ter raiva dela. 2. Os atores angolanos são uma porcaria, à exceção do Norberto, hehehehehe, quando eles começam a falar o calão da banda misturado com tuga..que coisa sem sentido hahahaha. 3. Portugal será um país de mulatos independente/ do racismo dissimulado que se vive hoje em dia. 4. Nc tinha reparado no Diogo dessa forma, no entanto, ele é de fato um grande ator. Odeio pelas coisas que faz e fez. Esta perfeito. 5. Discordo e Concordo da Windeck, gostei do actor q fzia de Henda e odiei o actor que fazia de Kiluanje!!!

    ResponderEliminar
  8. VOCES É QUE SÃO MAUS E A VOSSA PAGINA TAMBEM

    ResponderEliminar

AddThis