Lá estava ele.
No palco, sentado num banco alto, tocava o seu violão. Cantava de tudo um pouco: pagode, forró, samba. Cantava Djavan com a mesma naturalidade de quem cantava Alcione. Eu dancei ao som da música dele e cantava com as dezenas de pessoas que enchiam aquele barzinho brasileiro do Bairro Alto.
Era bonito e muito sensual. Lábios carnudos, pele morena, cabelos fartos e bem penteados. As miúdas todas de volta dele. Olhou para mim e eu, tímida, desviei-me do seu campo de visão. Não estou habituada a trocas de olhares no meio de multidões excitadas, mas foi um momento bonito. Esqueci-me por momentos do quase-flirt existente e fui à casa-de-banho.
Passados alguns minutos, ele entra. Notei naquele momento que era coxo e, ao caminhar, tocava com os joelhos no chão. Acho que não tinha tíbia.
Metáfora da minha vida amorosa.
Nota informativa:
Esta pequena história é real e aconteceu no sábado, 2 de Outubro, em Lisboa.
e tinha perónio?
ResponderEliminarEu leio isto e só me rio. Até publiquei no meu Facebook. És fantástica. Adoro-te.
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