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Eu e as paneleirices

30.12.10

Uma das coisas que mais me irrita na minha pessoa é esta minha extraordinária capacidade de me perder em pormenores de pouca importância. Vá, em paneleirices.
Saí do trabalho às 18h00 a correr porque tenho 3000 palavras de tradução do italiano para o português para fazer e entregar ainda hoje. Antes claro, passei na Fnac para comprar um disco externo (tão pequeno e tão bonito), que não parecia um disco e sim uma embalagem oca, pelo que me dirigi ao balcão informativo, esperei que o rapazito acabasse de falar ao telemóvel, a quem eu fazia sinais e gesticulava como quem diz "Olhe - esbracejava perante o seu olhar cego e impávido - eu só preciso de saber se isto é mesmo um Disco Externo. É que não parece nada.". Ele lá me deu alguma atenção (muito pouca, porque não se pode dar confiança a gente que gesticula da forma que eu fiz) e me respondeu com aquele tom com que eu normalmente falo a pessoas que dizem a palavra "espectacular": "Sim, senhora...isso que tem na mão é um disco externo". E lá fui eu pagar os 69 ,90 euros toda contente por trazer 500 gigas de puro design para o meu lar, onde decidi que ia permanecer vestida, porque estando com roupa de casa fico demasiado confortável e se ficar demasiado confortável, trabalho menos depressa. 
Entretanto, chegada a casa, falei com a Sílvia e com a Aida um bocadinho sobre a vida e sobre o Facebook e toca a ir para o quarto, ala que se faz tarde, que já são 19h30 e ainda tenho 3000 palavras para fazer. E fui para o quarto, liguei o Vaio e ia começar a trabalhar, não antes sem ver o Facebook, a mensagem da Luna, o Google Reader, deixar um comentário, não, antes dois no blog da Descalça, de quem gosto muito. 
Nesse momento, reparo que o meu Vaio não tem uma das borrachinhas na base e que por isso baila ligeiramente na secretária. Oh meu Deus, que não tem uma borracha! Onde será que a deixei? Deixa-me cá ir ver à mala, se calhar caiu quando o levei para Portimão no fim-de-semana passado. Não, não está lá dentro. Oh senhor, deixa-me ver no chão. Não, não aquilo é cotão, não é borracha. Bolas preciso mesmo de aspirar o quarto - isto de deixar janelas abertas em tempo de vento é tiro e queda. 
Oh e agora o que eu faço sem uma borracha na base do meu Vaio? Deixa-me cá procurar na Internet a ver se encontro algum fornecedor que venda estas coisas. Bolas, como se chama esta porcaria em inglês? Vou experimentar escrever rubber e Sony Vaio no Google a ver se encontro. Ah, claro chamam-se "rubber feet". 
Toca a procurar no Ebay. Não, no inglês não encontro, talvez no americano. Epa, no americano estão a vender mas são usadas, eu não quero borrachas usadas. E custam 12 dólares. Bolas, onde vou encontrar uma borracha?? Espera aí, que vejo no Ebay italiano. Como se diz mesmo "borracha" em italiano? Ai, ai que não me lembro. Dah, claro que era "gomma". Como é que não me lembrava? Digito "gomma" e aparece-me "nessun resultato trovato". 
Ó que desespero, o que eu faço sem uma borracha do Vaio? Deixa-me cá ver na gaveta, acho que tinha uma borracha de apagar. Talvez com um X-acto eu consiga cortar um círculo pequeno e perfeito que me possa servir como substituto da base para o Vaio. Cacete, não encontro a borracha! Mas também não tinha X-acto. Nem super-cola para depois colá-la à base do computador.
Olho para o relógio e vi que se passaram 2 horas desde que cheguei a casa. E é assim perco o meu tempo. Nas mais completas e ridículas paneleirices.

Nota: eu vou ficar a trabalhar até às 2 da manhã e sei que só irei adormecer às 4, porque vou ficar a pensar na borracha do Vaio.

4 comentários:

  1. AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH Epá muito bom... Muito bom mesmo! É com posts como este que consigo lembrar-me na perfeição dessas "paneleirices" tao giras e tao tuas!! É que te estou mesmo a ver fazer isso!! LOLOLOL Rafa... Mete um pequeno papel debaixo do sitio que balança, descontrai e pensa que a borracha vai aparecer! Se nao aparecer tens uma hipótese muito simples: tira a outra borracha também, para equilibrar!!
    BEIJOS E FELIZ ANO 2011 :)

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  2. Será que a palavra "paneleiro" e "paneleirices" devia ser abolida? É tão ofensiva como qualquer outro termo derrogatório usado para descrever alguém baseado na sua fé, cor, orientação sexual, etc.

    É só uma observação.

    Gostei do post nevertheless! :) E do blog que costumo visitar regularmente.

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  3. Cara/o AmaliaPorAmor, obrigada pelo teu comentário. Ora, vamos lá ver se consigo ser clara e coesa:
    - o termo paneleiro é sem dúvida ofensivo, quando usado seja em comunicação directa para com 1 homossexual ou seja usado na terceira pessoa, referindo-nos a um homossexual como "paneleiro". É um termo que eu na minha vida - em 27 anos - nunca usei. Acho vulgar e extremamente ofensivo.

    - O termo "paneleirice" nunca é usado na língua portuguesa como um "hábito característico de homossexual". O termo paneleirice que de facto é deselegante por natureza significa, como todos sabemos, uma mesquinhice, uma coisa de pouca importância. Creio que quando se usa esse termo nunca se pensa num gay...certo?
    Admito que é um termo politicamente incorrecto, mas acho-lhe alguma piada, principalmente à carga agressiva que contém.

    Em relação à abolição de palavras, isso é outro assunto...Não sou a favor da abolição de palavras, porque simplesmente as palavras não podem desaparecer da língua. Podemos é escolher não usar certas palavras em certos contextos que tornem a mesma ofensiva. Eu não uso a palavra "preto" dirigida a alguém da raça negra, mas digo que o meu casaco é preto. Tal como não uso "paneleirice" nem "paneleiro" tendo em conta pessoas homossexuais, mas uso para ilustrar 1 coisa sem importância. :)

    Um abraço,

    Rafa

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