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5 anos sem Michael Jackson

25.6.14

Não gosto quando me dizem que não se deve comparar a morte de uma celebridade, de um artista com a morte de uma pessoa da vida real. Ambas as situações comportam um determinado nível de dor e cabe-nos respeitar a sensibilidade de cada um. Celebridade ou não, ela é - pasme-se! - uma pessoa. Não a conhecemos de lado nenhum, é certo. Mas um artista que apreciamos pode ter uma profunda influência na nossa vida, provavelmente muito mais do que a nossa vizinha do terceiro andar que morreu no ano passado ou do que o nosso primo, com quem passámos dois ou três Natais nos tempos de criança e nunca mais o vimos, que acabou de falecer. Obviamente não falo da dor de perder um melhor amigo, o pai ou o namorado, porque são casos de dor incomportável. Mas uma coisa é certa: a dor da perda é directamente proporcional à familiaridade que se tem em relação a alguém e a influência que essa pessoa exerce sobre nós. Celebridade ou pessoa comum.

Quando o Michael Jackson morreu, fiquei profundamente triste. Não era uma fã devota, mas o Michael Jackson foi o grande artista da minha geração. Desde que nasci, sempre ouvi falar dele, habituei-me ao estilo musical, às polémicas, ao sucesso e, para mim, ele era o símbolo da música, do estrelato e do talento. De repente, isso deixou de existir. Um mito desapareceu e eu tive de aprender a viver a minha vida sem ele. Sem a expectativa de saber o que ele iria fazer no ano seguinte. Se iria fazer o tão aguardado come-back. Se se iria provar que ele era um Peter Pan dos tempos modernos e que, afinal, nunca abusou de criança nenhuma. Se ele algum dia iria explicar numa entrevista séria porque ficou branco. 

A morte do Michael Jackson, esperada para muitos, significou para mim o fim de uma era. Uma era mais simples. Tempos em que a música era feita de genialidade e não de instantaneidade.
Estamos há cinco anos sem o Michael Jackson. E continua a custar-me horrores.

3 comentários:

  1. Estou contigo. Não percebo porque não podemos sentir pena, dor e lágrimas por pessoas que nunca conhecemos que partiram. Talvez sejam as lágrimas daquele pedaço de nós que já não vai ser o mesmo, porque um pouco de inocência e de mil lembranças da infância estão associadas a essa pessoa. O Michael também me faz falta. Tenho tanta pena de o termos perdido...

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    1. Um beijinho, querida Joana. Concordo muitíssimo :)

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  2. Estou com vocês Rafa e Joana! De olhos pregados na tv recebi a noticia e chorei. Lembro-me do dia em que me tornei fã: quando o vi sorrir. Silly I know! No ano que vivi na Holanda dançava o Rock with You todas as manhas antes de ir trabalhar. 5 anos depois entendo os fãs do Elvis. Há pessoas que mudam a história e não partem nunca!

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